Definido como “uma filosofia para viver na terra”, o objetivismo surgiu do pensamento e ideais descritos por Ayn Rand, escritora e filósofa russa. Foi por meio de importantes obras que a autora discorreu sobre o tema, como em  “A revolta de Atlas” e “A virtude do egoísmo”. Baseado na moralidade do auto interesse racional, a visão objetivista abrange os cinco ramos que compõem a filosofia: a metafísica, a epistemologia, a ética, política e estética nas suas mais diversas obras publicadas.

Nascida em 1905 na cidade de São Petersburgo, Rand foi inspirada pela divergência dos seus pensamentos com os ideais soviéticos que eram disseminados em sua juventude. Fato este que sentiu na pele quando ela e sua família sofreram com as tomadas do governo comunista sobre seus bens e vidas. 

Em 1926, estimulada pelos pais que temiam por sua integridade física, emigrou para os Estados Unidos, onde empregou-se como roteirista em Hollywood. Tornou-se escritora, tendo suas obras-primas sido lançadas na Broadway e no cinema. Inclusive, A revolta de Atlas, livro este que foi definido pelo congresso americano como segundo livro mais influente dos Estados Unidos – ficando atrás apenas da bíblia. 

Fato é que até os dias atuais Rand e seus ideais são motivo de polêmica devido seu conteúdo visto por alguns como extremista. A exemplo, a contestação ao altruísmo a partir do conceito da realidade imutável. Ou seja, ela é absoluta e independente da existência, sendo o indivíduo responsável por seus próprios interesses e cabe somente a ele a atribuição por seus direitos.

Nessa linha de raciocínio, não há a percepção dos fatos por uma visão particular do indivíduo levando em conta suas crenças e experiência de vida. Muito do que a autora descreve, associa-se a sua visão em contraposição a religiões e crenças. Ateia declarada, em suas obras traz o objetivismo como refutação à ideia de que a realidade é determinada pela opinião pessoal, convenção social ou “decreto divino”

Outro ponto polêmico abordado pela visão objetivista associada ao indivíduo é a entrega/sacrifício a algo. O fato de uma pessoa desistir de algo que é mais importante para a própria vida e felicidade em prol de algo que é menos importante para a própria vida e felicidade; assim, um sacrifício resulta em uma perda líquida. 

Para Ayn Rand, o respeito pelos direitos individuais e valores necessários para a sobrevivência são básicos ao ser humano. O pensamento independente, a produtividade, a justiça, a honestidade e a autorresponsabilidade. Fatores esses, atemporais a quaisquer que sejam os pontos de vista. 

 A supremacia dos direitos individuais, nada mais é que o princípio que o homem é um fim em si mesmo, não um meio para fins dos outros. Ou seja, a natureza do auto interesse como algo positivo e necessário e não da forma com que é vista nos dias atuais, de forma deturpada. A validação objetivista sustenta-se como um conceito ético-político e ético psicológico da individualidade. Sendo esse, um direito inegável ao indivíduo. Nesse caso, cada ser humano é livre para viver através da sua própria razão em busca da sua felicidade. 

Nesse contexto, exemplificado por frases como “A menor minoria na Terra é o indivíduo. Aqueles que negam os direitos individuais não podem se dizer defensores das minorias.” Rand vilaniza o coletivismo, definindo-o como um conceito inaceitável para uma população. Em uma das frases importantes da autora, ela cita o fato de que regimes totalitaristas como facismo, nazismo e comunismo são variações do coletivismo nas sociedades. O que ela exemplifica com essa frase é a relação de atrocidades históricas realizadas em detrimento de um coletivo sobre os indivíduos. Isto é, se não há o respeito pelo indivíduo, um conjunto de pessoas não possui direitos. Um grupo só possui as liberdades individuais, a sua união não modifica essa realidade.  

Parafraseando a autora “A minha felicidade não é um meio para qualquer fim. Ela é o fim. É o seu próprio objetivo. É o seu próprio propósito.” De fato, Rand e o objetivismo são ideais e princípios que perpassam o tempo e encaixam-se ao longo da história da humanidade. Apesar disso, suas ideias extremas dividem opiniões e até mesmo nos dias atuais trazem à tona temas relevantes para a sociedade, quer seja por concordância ou não.

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