O Vale do Silício é um polo industrial que concentra diversas empresas de tecnologia da informação, computação e outras, estando situado na Califórnia, Estados Unidos. Por que não temos um Vale do Silício brasileiro? É possível elencar várias razões, mas creio que haja um motivo que explica muito bem este fato: porque o governo brasileiro não quer.

O Vale tem seu processo de formação histórico iniciado por volta de 1939, no período da Segunda Guerra Mundial, e ao contrário do que muitos pensam este polo tecnológico não surgiu de um processo natural, senão de algo relativamente planejado. Surgiu de um sonho, da ambição de um homem, o professor Fredrick Terman, que estava no lugar certo – e quando digo “lugar certo”, não me refiro a uma expressão popular que remete à sorte, digo “lugar certo” porque ali haviam as condições ideais.

No período das guerras a Alemanha detinha a melhor tecnologia do mundo, o que colocava os EUA em desvantagem competitiva. Frente a este problema o governo entra em cena. Qual a estratégia? Criar tecnologia superior à alemã. Como viabilizar esta estratégia? Nas universidades. Nesse período as universidades receberam verbas para pesquisa e desenvolvimento tecnológico, e salvo todos os detalhes históricos, a oportunidade que o professor Terman viu foi a de seus alunos abrirem empresas para produzirem a tecnologia desenvolvida ao invés de vender o capital intelectual.

Como exemplo do incentivo de Terman podemos citar a HP, criada por William Hewlett e David Packard, dois alunos de Engenharia da Universidade de Stanford. que desenvolveram incialmente dispositivos eletrônicos que produziam sons e que eram usados no cinema pela Disney, por exemplo. A HP é considerada peça fundamental no surgimento e expansão do Vale do Silício.

Além disso, outro fator muito importante na formação do Vale foi uma mudança no governo americano em 1979 que reduziu a taxa sobre os ganhos de capital, incentivando assim o empreendedorismo. Juntando estes dois fatores, o incentivo que o Terman dava aos seus alunos e os subsídios governamentais, o Vale de Silício passou a ser ponto de concentração de capital financeiro e intelectual, o que atraiu muitos jovens. Apenas a partir desse ponto o desenvolvimento deste polo passa a ser considerado “natural”.

Com base neste breve relato histórico é possível concluir que o Vale do Silício poderia, sim, ser Brasileiro. Aliás, ainda é possível criar sua versão brasileira, mesmo que através de um processo lento e trabalhoso. Como fazer isto? Investindo em pesquisa e desenvolvimento, tornando nossas universidades centros de pesquisa de ponta, fornecendo melhores condições de trabalho aos professores e incentivos fiscais aos empreendedores, incentivando nossos jovens a sonharem grande e principalmente a quererem permanecer no Brasil e fazê-lo crescer.

Mayara Fenner é estudante de Economia na Universidade Federal de Santa Maria, e escreve para o site do Clube Farroupilha.

As informações, alegações e opiniões emitidas no site do Clube Farroupilha vinculam-se tão somente a seus autores.

http://blog.concretesolutions.com.br/2013/03/a-historia-secreta-do-vale-do-silicio-ou-o-vale-de-microondas-parte-i/

http://www.acemprol.com/a-historia-secreta-do-vale-do-silicio-t7701.html

http://www.infoescola.com/informatica/vale-do-silicio/

http://ois.sebrae.com.br/boaspraticas/inovacao-e-redes-do-vale-do-silicio-eua/

http://anglocaxias.wordpress.com/2010/09/28/a-historia-do-vale-do-silicio/

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