Conforme a Primeira Emenda da Constituição Americana, o Congresso é impedido de violar direitos fundamentais, tais como: liberdade de religião, de imprensa e de expressão. O cidadão americano goza quase que integralmente da liberdade de expressão. Apenas é limitada quando incitar violência, podendo levar a algum dano físico e imediato para alguém. Ele possui muita segurança para criticar uma figura pública, porque a base da democracia representativa, do Estado de Direito, da liberdade individual é justamente essa capacidade do cidadão médio poder expressar as suas opiniões e criticar figuras públicas. Entretanto, a partir do momento que remove a liberdade de expressão, que o Estado decide “o que” pode ser dito, “quem” pode dizer, restringe a linguagem, cria o “politicamente correto”, é apenas uma questão de tempo até removerem as demais liberdades. Toda ditadura começa no controle da narrativa.

A censura se voltará contra todos, até mesmo que seja, em tese, do mesmo campo ideológico.Temos exemplos na história de pessoas que foram mortas pelo próprio movimento de repressão que elas mesmas criaram, como aconteceu com o Robespierre na Revolução Francesa. E o Brasil, infelizmente, não está muito distante disso. Por exemplo, o ex-presidiário candidato à Presidência da República que defende a regulação da mídia para “democratizar” os meios de comunicação. Ou o nosso excelentíssimo ministro Alexandre de Moraes pertencente da suprema corte do Brasil, a instância máxima do Judiciário, guardiã da Constituição e garantidora das liberdades individuais, que movimentou o aparato do Estado para impedir um cidadão de se referir ao STF como a “Casa da mãe Joana”.

Quem realmente acredita na liberdade plena de expressão defende até o direito das pessoas possuírem ideias contrárias às suas. Grande parte das pessoas, ao serem questionadas se apoiam a censura, dirão que é nitidamente contra, entretanto esquecem disso e relativizam a liberdade de expressão quando se sentem ameaçadas por alguém ter certa opinião ou quando simplesmente julgam ruim tal opinião alheia. Para quem relativiza a liberdade de expressão, sempre existirá um porém. Os limites da expressão são a propriedade alheia e quem é dono dela. Quem defende a censura, na maioria das vezes, visa calar opiniões contrárias porque acredita que dessa forma protegerá o mundo.

Nesse sentido, não se importam se isso causará transgressão de propriedade, fraudes ou liberdades individuais. Geralmente, dentro desse quadro de ignorância, vem acompanhado o xingamento de nazista, fascista, racista. Relembrando que nazismo e fascismo são originários de um Estado forte e que racismo pode nem ter relação com o que foi expressado. É que como tratam o simples cidadão que apenas discorda como um oponente, dizem que ele ameaça a civilização, a sociedade, etc. Usam a tática de relacionar “o que” e “quem” não gosta a algo negativo. Quem quer impedir a expressão de uma opinião se considera superior intelectualmente em relação a quem discorda. A censura usa uma premissa falsa de superioridade moral, intelectual, política. E é por isso que a censura raramente é defendida por quem possui a humildade intelectual que, tendo ou não o conhecimento maior, simplesmente respeita quem pensa diferente. O argumento para defender a censura é o mesmo para qualquer autoritário, “proteger as pessoas da desinformação”. Isso só ocorre por coerção, porque nada que é bom precisaria ser obrigatório. Se não podemos falar o que pensamos, podemos ter certeza de que não somos verdadeiramente livres. As pessoas gostam do ideal de liberdade de expressão até o momento em que começam a ouvir aquilo que elas não gostariam que dissessem a respeito delas. O verdadeiro anseio de quem defende a censura é ter o controle do pensamento das massas. Na dúvida, é sempre melhor apoiar a liberdade e respeitar a propriedade.

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